![A comunidade da Vila da Barca. Lixo acumulado entre barracos na água de uma favela](https://static.wixstatic.com/media/a63056_0095961a1ac44f17834653f697185c5f~mv2.png/v1/fill/w_320,h_172,al_c,q_85,enc_auto/a63056_0095961a1ac44f17834653f697185c5f~mv2.png)
Texto A Amazônia Verde 10/2024
Saúde em risco: a urgência do saneamento no coração da Amazônia
A Região Norte do Brasil está enfrentando uma grave crise de saneamento básico. Em 2022, apenas 57,1% da população tinha acesso à água tratada, e somente 13,1% tinham coleta de esgoto. A situação é ainda mais alarmante no Pará, Rondônia e Amapá, onde os índices de tratamento de esgoto são extremamente baixos: 9,24%, 8,99% e 3,8%, respectivamente. Em contrapartida, o Sudeste, com 80,5% de coleta de esgoto, exemplifica como o investimento contínuo pode melhorar as condições de saneamento e saúde pública.
A falta de acesso ao saneamento afeta diretamente a saúde da população, gerando altos índices de doenças de veiculação hídrica, como hepatite A e diarreia, que são mais comuns em regiões sem infraestrutura adequada. O saneamento básico não é apenas uma questão de saúde, mas também de dignidade e qualidade de vida, refletindo um abismo social que ainda divide o Brasil.
O Marco Legal do Saneamento Básico, estabelecido em 2020, visa ampliar o acesso ao saneamento até 2033, mas a meta parece distante para a região Norte, onde as dificuldades logísticas e a dispersão populacional exigem abordagens específicas. Soluções descentralizadas e sustentáveis, como tecnologias de purificação solar e sistemas de saneamento ecológico, representam alternativas promissoras para comunidades isoladas e áreas ribeirinhas. A coleta de água da chuva e a educação ambiental também são iniciativas eficazes que, se combinadas com o apoio de empresas, governos e organizações não governamentais, podem melhorar substancialmente a qualidade de vida na região.
Exemplos de histórias de sucesso e transformação socioambiental
O Projeto Saúde e Felicidade (PSA) e a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) são iniciativas da sociedade civil sem fins lucrativos que promovem o desenvolvimento sustentável na Amazônia, cada uma com abordagens integradas voltadas para a melhoria da qualidade de vida das populações locais.
Desde 1987, o PSA trabalha em comunidades da Amazônia brasileira para apoiar o desenvolvimento comunitário e fortalecer a cidadania, beneficiando cerca de 30.000 moradores de comunidades rurais vulneráveis em Santarém, Belterra, Aveiro e Juruti, no oeste do Pará. A Fundação Amazônia Sustentável, que atua há 16 anos, também se dedica ao desenvolvimento sustentável na Amazônia, com foco na conservação do bioma, valorizando a floresta em pé e melhorando a qualidade de vida das comunidades amazônicas. A FAS implementa programas que abrangem educação, saúde, capacitação, conservação ambiental, infraestrutura comunitária, empreendedorismo e inovação.
Ambas as organizações realizam um trabalho essencial para o desenvolvimento sustentável na Amazônia, integrando agendas estratégicas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e promovendo o desenvolvimento sustentável em uma das regiões mais ricas e desafiadoras do planeta.
O futuro do saneamento no norte do Brasil
O saneamento básico no norte do Brasil deve ser tratado como uma prioridade nacional, considerando que o investimento nessa infraestrutura é essencial para o desenvolvimento econômico, a preservação ambiental e o bem-estar das populações locais. Como a Amazônia desempenha um papel crucial na regulação do clima global, garantir que suas comunidades tenham acesso a saneamento básico e água potável também é uma questão de sustentabilidade global.
Com gratidão, 🌿🌍
Anna Luisa Beserra
Fundadora, Desenvolvimento Sustentável e Água para Todos
LinkedIn: Anna Luisa Beserra
SDW: Sustainable Development & Water For All (Desenvolvimento Sustentável e Água para Todos)
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