(ARQUIVOS) Vista dos escritórios da ONG Save the Children durante uma invasão na Cidade da Guatemala em 25 de abril de 2024. - (Foto de JOHAN ORDONEZ / AFP)
Save The Children International encerra operações na Nicarágua
Por AFP - Agence France Presse
Atualizações com a declaração da Save the Children
A Save the Children International disse na quarta-feira que estava encerrando suas operações na Nicarágua, onde o presidente Daniel Ortega supervisionou uma repressão a grupos religiosos, de direitos e sem fins lucrativos.
A instituição de caridade sediada na Grã-Bretanha, que trabalha em mais de 100 países, disse à AFP que havia solicitado “o encerramento voluntário” de suas operações na nação centro-americana, “principalmente devido ao financiamento insuficiente”.
A Save the Children disse que trabalhou na Nicarágua por mais de 50 anos em áreas como educação e saúde.
“No entanto, os desafios financeiros atuais nos impediram de continuar nossa programação de forma eficaz e sustentável”, afirmou.
O fechamento foi anunciado na quarta-feira pelas autoridades nicaraguenses, que disseram que o grupo era um dos cerca de doze que haviam solicitado sua própria dissolução.
Mais de 5.000 ONGs deixaram de operar na Nicarágua desde a repressão de 2018 aos protestos contra o governo que Ortega classificou como uma tentativa de golpe apoiada pelos EUA.
Mais de 300 pessoas foram mortas durante os distúrbios.
Ortega, um ex-guerrilheiro de 79 anos que derrubou uma ditadura apoiada pelos EUA em 1979 e depois liderou o país por uma década, tem demonstrado tendências cada vez mais autoritárias desde que voltou ao poder em 2007.
Ele e sua esposa, a vice-presidente Rosario Murillo, perseguiram ONGs e a Igreja Católica pelo que consideram ser seu apoio aos protestos.
O governo já havia fechado a filial canadense da Save the Children em agosto de 2024.
Também expulsou três bispos, incluindo o chefe da conferência episcopal da Nicarágua, no ano passado.
Ortega foi inicialmente elogiado por defender uma linha moderada quando recuperou o poder no país de sete milhões de habitantes.
Mas nos últimos anos, ele assumiu o controle de todos os ramos do governo e reprimiu qualquer pessoa que considerasse uma ameaça ao seu governo.
Cerca de 450 políticos, empresários, jornalistas, intelectuais, ativistas de direitos humanos e figuras religiosas foram expulsos da Nicarágua e destituídos de sua nacionalidade desde fevereiro de 2023, acusados de traição.
mis/cb-dr
Comments