Por AFP - Agence France Presse
Reino Unido vai acelerar a implantação de mini reatores nucleares.
O governo trabalhista da Grã-Bretanha disse na quinta-feira que as mudanças nas leis de planejamento acelerarão a implantação de mini reatores nucleares no país para fornecer energia mais barata e mais limpa.
“As reformas nas regras de planejamento abrirão caminho para que reatores nucleares menores, mais seguros e mais fáceis de construir - conhecidos como Pequenos Reatores Modulares (SMRs) - sejam construídos pela primeira vez no Reino Unido”, disse um comunicado.
“Isso criará milhares de novos empregos altamente qualificados e, ao mesmo tempo, fornecerá energia limpa, segura e mais acessível para os trabalhadores.”
O governo liderado pelo primeiro-ministro Keir Starmer observou que a China está construindo 29 reatores, e a União Europeia tem 12 em fase de planejamento.
“Meu governo foi eleito para promover mudanças”, disse Starmer, cujo partido chegou ao poder em julho, após 14 anos de governo conservador.
“Tomarei as decisões radicais necessárias para tirar a Grã-Bretanha de sua sonolência de status quo, para turbinar nosso plano de mudança.”
Os planos atuais restringem o desenvolvimento nuclear a apenas oito locais no Reino Unido.
O Greenpeace expressou ceticismo em relação às mudanças e pediu ao governo que se concentre em energia renovável, que inclui energia eólica e solar.
O Partido Trabalhista apresenta “como fatos coisas que são meramente conjecturas otimistas sobre o custo, a velocidade de entrega e a segurança de pequenos reatores nucleares, o que é corajoso - ou estúpido - já que nenhum foi construído”, disse o diretor de políticas do Greenpeace, Doug Parr, em um comunicado.
Embora tenha removido o limite do número de locais, o governo enfatizou na quinta-feira que “continuará a haver critérios robustos para a localização de reatores nucleares, incluindo restrições perto de áreas densamente povoadas e atividades militares”, acrescentando que levaria em conta os impactos ambientais.
O Partido Trabalhista acredita que a flexibilização das regulamentações em vários setores ajudará no crescimento da estagnada economia britânica. Ele argumenta que, no caso do setor nuclear, isso deve ajudar a acelerar as emissões líquidas de carbono zero e melhorar a segurança energética.
“O povo britânico ficou vulnerável aos mercados globais de energia por muito tempo - e a única saída é construir nosso caminho para uma nova era de eletricidade limpa”, disse o Secretário de Energia, Ed Miliband, na declaração conjunta.
A Grã-Bretanha tem cinco usinas nucleares em operação, quatro das quais terão sua vida útil estendida, de acordo com um anúncio feito em dezembro por sua operadora francesa EDF, já que o Reino Unido pretende descarbonizar totalmente sua rede de energia até 2030.
A EDF, que está construindo a nova usina nuclear Hinkley Point C no sudoeste da Inglaterra, decidiu no ano passado retirar seu interesse na construção das SMRs britânicas.
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