O verão do Japão em 2024 já foi o mais quente já registrado - igualando o nível observado em 2023 - enquanto o outono foi o mais quente desde o início dos registros.FOTO: NORIKO HAYASHI/NYTIMES
Por AFP - Agence France Presse
O Japão diz que 2024 foi o ano mais quente já registrado.
TÓQUIO - A agência meteorológica do Japão disse em 6 de janeiro que 2024 será o ano mais quente desde o início dos registros, refletindo outras nações, à medida que o aumento das emissões de gases de efeito estufa alimenta a mudança climática.
Em todo o mundo, espera-se que 2024 seja o ano mais quente já registrado, informou a agência meteorológica e climática das Nações Unidas na semana passada, encerrando uma década de calor sem precedentes e outros tipos de clima extremo.
Em todo o país, as temperaturas médias de janeiro a dezembro foram 1,48 graus Celsius mais altas do que a média de 1991 a 2020, informou a Agência Meteorológica do Japão (JMA).
Esse foi o valor mais alto desde que a agência começou a divulgar dados em 1898 e mais alto do que o registro do ano anterior, que excedeu a média em 1,29 graus Celsius.
A longo prazo, “a temperatura do Japão tem aumentado a uma taxa de 1,40 graus Celsius por século, e altas temperaturas têm sido observadas especialmente desde a década de 1990”, disse a JMA.
O Sr. Kaoru Takahashi, funcionário da JMA encarregado das informações meteorológicas, disse à AFP que a mudança climática é um “fator”.
As correntes de oeste - ventos predominantes de oeste para leste - também se deslocaram mais para o norte, trazendo ar mais quente, disse ele.
O verão do Japão em 2024 já foi o mais quente já registrado - igualando o nível observado em 2023 - enquanto o outono foi o mais quente desde o início dos registros.
A famosa cobertura de neve do Monte Fuji também esteve ausente pelo período mais longo já registrado em 2024, não aparecendo até o início de novembro, em comparação com a média do início de outubro.
Os cientistas afirmam que a mudança climática está intensificando o risco de chuvas fortes no Japão e em outros lugares porque uma atmosfera mais quente retém mais água.
Em setembro de 2024, inundações e deslizamentos de terra mataram 16 pessoas na remota península de Noto, no centro do Japão, uma área que já havia sido atingida por um grande terremoto em 1º de janeiro.
E em novembro, chuvas fortes levaram as autoridades a pedir a evacuação de centenas de milhares de pessoas.
Outros lugares, incluindo Índia, Indonésia, China, Taiwan, Alemanha e Brasil, também registraram temperaturas recordes em 2024.
As emissões de gases de efeito estufa atingiram novos recordes, retendo mais calor para o futuro, disse a Organização Meteorológica Mundial na semana passada.
O Japão tem o mix energético mais sujo entre as economias avançadas do Grupo dos Sete, dizem os ativistas, com os combustíveis fósseis respondendo por quase 70% de sua geração de energia até 2023.
O governo japonês quer que o país seja neutro em carbono até 2050 e que reduza as emissões em 46% até 2030, em comparação com os níveis de 2013 na quarta maior economia do mundo.
De acordo com os novos planos anunciados em dezembro, as energias renováveis serão responsáveis por 40% a 50% da eletricidade até 2040, em comparação com cerca de 23% em 2023. AFP
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