![Figura mostrando como o aquecimento espalha o frio para latitudes mais baixas.](https://static.wixstatic.com/media/a63056_9bfdf7ba609445988638e8c69645fdba~mv2.jpg/v1/fill/w_640,h_640,al_c,q_85,enc_auto/a63056_9bfdf7ba609445988638e8c69645fdba~mv2.jpg)
Olá.
Devemos deixar bem claro duas coisas:
Primeiro: O termo melhor para se usar não é aquecimento global, apesar do Planeta estar esquentando sim, 2023 foi o ano mais quente que se registrou desde que o ser humano resolveu se dar ao trabalho em fazer o registro anual das temperaturas, mas sim usar o termo MUDANÇA CLIMÀTICA e já explico o porquê. E tem a ver com os negacionistas.
A segunda: entender a diferença entre tempo e clima é fundamental para se compreender as complexidades das condições atmosféricas. Tempo refere-se às condições atmosféricas momentâneas em um local específico, em um determinado momento. Isso inclui fatores como temperatura, umidade, pressão atmosférica, vento e precipitação. O tempo é o que experimentamos diariamente, e as previsões meteorológicas geralmente tratam dessas mudanças de curto prazo.
Por outro lado, clima refere-se às condições atmosféricas médias em uma região durante um longo período, geralmente 30 anos ou mais. O clima leva em consideração padrões de longo prazo e variações sazonais. Enquanto o tempo pode variar significativamente de um dia para outro, o clima fornece uma visão mais estável e consistente das condições atmosféricas em uma determinada área.
Quanto às mudanças climáticas, as mudanças no clima local podem diferir das mudanças no clima global. Embora as temperaturas médias estejam aumentando globalmente, alguns lugares podem experimentar variações locais que podem incluir períodos mais frios em meio ao aquecimento geral. A Terra continua girando, ainda temos as 4 estações, o aquecimento não é sentido de uma vez só em todo o Planeta, é uma média. E eventos climáticos extremos, como ondas de calor e incêndios florestais, podem se intensificar, mesmo que algumas regiões não experimentem um aumento constante nas temperaturas.
Esta confusão entre clima e tempo faz com que negacionistas usem o fato de se estar frio ou nevando no hemisfério Norte (afinal é inverno), para dizer que não há aquecimento algum e mesmo comentar que sempre houve o efeito estufa.
Claro, o efeito estufa sempre existiu, é o que faz a média de temperatura na Terra não ser gélida, sem ele a temperatura seria abaixo de 10 graus Celsius negativos. Este efeito estufa faz com que o calor absorvido do sol não seja totalmente irradiado de volta para o espaço. Como se fosse um cobertor, mantendo um clima amigável para a vida na Terra. E quem faz este trabalho na atmosfera são os gases de efeito estufa (gás carbônico ou Dióxido de Carbono-CO2, metano ou gás natural - CH4 e o Óxido Nitroso-N2O). Além disso, o efeito estufa mantém o clima sem grandes variações, mantendo a vida no planeta e propiciando que várias transformações químicas e físicas ocorram.
A partir da Revolução Industrial, se aumentou a queima de florestas seja para utilização da madeira ou para se investir em terras pastoris e agricultura, e também houve o aumento de utilização de combustíveis fósseis em industrias, termoelétricas, aviões, carros, o que vem ocasionando grandes emissões destes gases que deixaram de fazer um cobertorzinho amigável na atmosfera para se transformar numa verdadeira estufa de aquecimento já que o calor se irradia menos depois de chegar na Terra, o calor é então “bloqueado” , o que ocasiona o aumento de temperaura. É o aquecimento global.
Ou seja, tudo na vida tudo é uma questão de quantidade.
Quantidade esta que pode atingir um ponto não mais reversível, ou seja, afetaremos tanto alguns biomas que a biodiversidade será afetada para sempre, sem volta e o ser humano já vem sentindo estes efeitos. Além da temperatura recorde, muitas catástrofes estão acontecendo com mais regularidade.
Algumas conferências mundiais têm discutido o tema, alguns acordos foram firmados e o que se pretende até 2030 é conseguirmos um aumento de apenas 1,5 graus Celsius a partir da Revolução Industrial, o que é considerado pelos cientistas ainda seguro.
Já estamos em 1,48 graus Celsius no início de 2024.
Sem querer ser pessimista, sendo muito realista, porém ainda tendo uma esperança longínqua, afinal é o motivo deste jornal existir, o tempo está muito curto.
Sugiro que cobremos das autoridades e façamos também a nossa parte. É o objetivo deste jornal.
Eu deixo aqui um link para vocês calcularem a pegada de Carbono individual que você tem, e não se surpreendam se você descobrir, como eu também, uma pequena responsabilidade na pegada de Carbono como um todo.
Ana Lucia Cunha-Busch
NA FIGURA
O exemplo do vórtice polar resfriando partes da Europa, apesar do aquecimento do Ártico, destaca como os sistemas climáticos complexos podem influenciar as condições locais. A mudança na corrente de jato também é mencionada como um fator que pode afetar as temperaturas do verão, contribuindo para eventos climáticos extremos, como ondas de calor.
Se você perceber no primeiro esquema não há um grande aquecimento nos trópicos, o sistema fica estável com o frio intenso só lá no ártico. Com o aquecimento o sistema fica ondulado e o frio se espalha alcançando altitudes mais baixas.
(Vale dizer que isto ainda vem sendo estudado e tem o estudo ainda não concluído, o aquecimento porém da Terra é consenso entre os cientistas sérios)
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