Por AFP - Agence France Presse
'Menos neve': clima quente de janeiro bate recordes em Moscou
O mês de janeiro de 2025 está a caminho de ser um dos mais quentes já registrados em Moscou, informaram os meteorologistas na quarta-feira, com dois dos últimos dias batendo recordes diários de temperatura.
As leituras do termômetro na quarta-feira não caíram abaixo de 3,8 graus Celsius (38,8 Fahrenheit), muito mais do que a média histórica abaixo de zero, de acordo com o centro meteorológico Phobos da Rússia.
Os moradores da capital disseram à AFP que havia menos neve para as crianças brincarem e que havia “lama por toda parte”, o que tornava mais difícil passear com seus cachorros.
Especialistas alertam que mais recordes de temperatura serão quebrados no futuro, já que a mudança climática causada pelo homem perturba os padrões climáticos globais.
“É claro que não gostamos de um inverno como esse... Tudo deve ser feito com moderação”, disse à AFP a aposentada Galina Kazakova, de 68 anos, no centro de Moscou.
“É muito ruim para a natureza porque a neve deve ficar nos campos para que derreta e tudo cresça bem”, acrescentou.
Segunda e terça-feira foram as datas mais quentes desde o início dos registros, enquanto a quarta-feira também deve bater seu recorde, informou a agência de notícias russa RBK, citando meteorologistas.
“Janeiro, que está se aproximando de um recorde de calor, continua a surpreender”, disse o meteorologista Mikhail Leus no Telegram, postando um vídeo de cogumelos chanterelle aparecendo em meio a manchas de neve na floresta.
- Recorde de calor?
O serviço meteorológico estatal da Rússia Central disse que Moscou estava caminhando para o “segundo janeiro mais quente” desde o início dos registros, superado apenas por janeiro de 2020.
A mídia estatal russa informou que janeiro de 2025 poderia até ser mais quente do que aquele ano.
O climatologista Alexey Karnaukhov não tinha certeza se este janeiro seria o mais quente.
“É difícil dizer se haverá um recorde. Em 2020, também não havia cobertura de neve estável na Rússia central, e este ano não é único”, disse Karnaukhov à AFP.
“Vivemos em uma era de aquecimento global, os anos quentes se tornarão cada vez mais frequentes. Mesmo que os números atuais sejam um recorde, certamente não serão os últimos”, disse ele à AFP.
Nas ruas da capital, os moradores expressaram alegria e preocupação com o clima quente fora de época.
“Eu gosto de tudo isso. É muito agradável caminhar”, disse a estudante Olga Medvedeva, de 19 anos.
“Gosto mais do inverno como ele era”, disse Elena Aleksandrova, 73 anos.
“Levamos o cachorro para passear, ele também gosta de brincar na neve. Agora, onde se pode andar? Há lama por toda parte”.
bur/rlp
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