Lula admite que 'ainda há muito o que fazer' pelos indígenas brasileiros 06/04/2025
- Ana Cunha-Busch
- há 6 dias
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Por AFP - Agence France Presse
Lula admite que 'ainda há muito o que fazer' pelos indígenas brasileiros
Rio de Janeiro (Brasil) (AFP) - O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva admitiu nesta sexta-feira que seu governo “ainda tem muito a fazer” pelas comunidades indígenas que lutam pela sobrevivência na floresta amazônica.
Lula, que será o anfitrião da conferência da ONU sobre mudanças climáticas deste ano na cidade amazônica de Belém, em novembro, fez as observações durante uma visita à aldeia do cacique Raoni Metuktire, o mais famoso morador e ativista da Amazônia.
O líder de esquerda do Brasil, que fez da proteção da Amazônia um dos principais pilares de sua presidência, elogiou o “importante papel” desempenhado pelas comunidades indígenas na luta contra as mudanças climáticas durante sua visita à Terra Indígena Capoto-Jarina, no estado do Mato Grosso.
A reunião com Raoni, que viajou pelo mundo para destacar a situação da floresta amazônica, acontece dias antes de milhares de indígenas brasileiros se reunirem na capital, Brasília, para uma manifestação.
Ao retornar ao poder em 2023, Lula retomou a designação de pedaços de terra amazônica como território indígena protegido, um processo que havia sido interrompido por seu antecessor de extrema direita, Jair Bolsonaro.
No entanto, os líderes indígenas reclamam que o processo tem sido muito lento.
Dados oficiais mostram que os territórios indígenas demarcados, onde o desmatamento é crime, são muito menos suscetíveis ao desmatamento para agricultura e mineração ilegal.
Raoni também aproveitou a reunião para pedir a Lula que interrompa os planos de um grande projeto de petróleo offshore na foz do rio Amazonas, que o presidente de esquerda está promovendo.
Lula argumenta que a extração do petróleo é fundamental para o crescimento da maior economia da América Latina.
As comunidades indígenas temem que o projeto cause danos irreversíveis à floresta tropical e polua os rios.
Os defensores do clima, por sua vez, argumentam que o projeto aumentará a pegada de carbono do Brasil em um momento de aquecimento sem precedentes, que, segundo os cientistas, alimentou incêndios devastadores na Amazônia no ano passado.
“Sei que o senhor está pensando no petróleo que está no fundo do mar”, disse Raoni a Lula.
“Mas se as coisas continuarem iguais, podemos proteger o meio ambiente, com menos poluição e aquecimento”, disse ele.
O projeto na área offshore, conhecida como Margem Equatorial, está aguardando o sinal verde da agência de proteção ambiental do Brasil.
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