![2 pessoas manuseando a ecobarreira em Niterói no Rio de Janeiro](https://static.wixstatic.com/media/a63056_67a22af01aa24aa594c06564c9cd6073~mv2.jpeg/v1/fill/w_700,h_394,al_c,q_80,enc_auto/a63056_67a22af01aa24aa594c06564c9cd6073~mv2.jpeg)
O mar é o vertedouro final de tudo o que vem do continente- vamos fazer essa viagem juntos? Do rio rumo ao mar?
O Brasil é um continente de rios. No domínio da Mata Atlântica é comum encontrarmos pequenos riachos, com até menos de 2 Km de extensão, descendo as encostas serranas e seguindo pela planície rumo ao oceano. Em sua essência são córregos de águas claras, ou cor de chá mate, com leito de areia e pedrinhas. Ao encontrar o mar o rio o presenteia com nutrientes, sedimentos e abre caminho para a circulação de animais que circulam do mar para o rio para suas vidas. Mas esses ambientes de águas calmas e de barulhinho meditativo toma outros aspectos na malha das cidades. Os rios urbanos em sua maioria perderam o encantamento e ganham o nome de valão, nome pejorativo associado a vala, a canal de dejetos.
Porém nem tudo está perdido. Riachos urbanos na Mata Atlântica podem e devem ser restaurados. No município de Niterói, região metropolitana do Rio de janeiro – movimentos sociais voluntários se consolidam em sua defesa da vida nos ambientes aquáticos. Iniciativas de revitalização dos manguezais, a recuperação da mata ciliar de seus córregos e tiveram início nos últimos anos.
Uma dessas iniciativas recentes é a contensão de resíduos sólidos pelas chamadas Ecobarreiras.
Uma ecobarreira é uma estrutura flutuante instalada transversalmente em corpos hídricos com o objetivo de conter resíduos sólidos. A Ecobarreira é feita com materiais simples e de baixo custo, como galões, cordas e redes, amarradas de ponta a ponta. Assim, conseguem conter o lixo flutuante descartado nas águas a montante e levado rio abaixo pela correnteza.
Apesar de ainda incipiente, o movimento das ecobarreiras tem ganhado espaço em vários territórios.
Em sistemas hídricos costeiros, as ecobarreiras impedem que um volume considerável de lixo e resíduos avance para o mar, com destaque para os resíduos plásticos e de isopor.
A lagoa de Itaipu em Niterói ao norte da baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, Brasil, é alimentada por quatro riachos que com a expansão urbana da cidade se tornaram sujos e poluídos. No século XXI a lagoa tornou-se eutrofizada, ou seja, com excesso de nutrientes devido a carga de esgoto.
Passando a ter apenas águas rasas drenando a partir de seus rios, a pesca reduziu drasticamente.
Uma das formas de devolver a saúde ao ecossistema lacustre é através da restauração dos seus sistemas de drenagem fluvial. Assim uma ecobarreira foi instalada no rio João Mendes, o maior contribuinte da Lagoa.
O trabalho de coleta, pesagem e separação dos resíduos sólidos acontece através do trabalho de voluntários da ONG Amadarcy e colaboradores. Esta iniciativa evita que toneladas de lixo flutuante alcancem a lagoa e o mar.
Lagoa limpa, praia e mar cheios de vida. É uma etapa rumo a conservação de áreas protegidas, como o Parque Estadual da Serra da Tiririca e a Reserva Extrativista Marinha de Itaipu, além do bem estar da população residente no sistema lagunar Itaipu.
Porque juntos fazemos a diferença!
Links de interesse:
Por Luisa Maria Sarmento Soares
ODS 6, ODS 14
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