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COP30: um palco para a transição energética do Brasil - OPINIÃO 29/01/2025

Foto do escritor: Ana Cunha-BuschAna Cunha-Busch

Atualizado: 29 de jan.


Figura ilustrativa COP30

COP30: um palco para a transição energética do Brasil


Por Luis Fernando De Carvalho

Coordenação da Pró-Fundação Sabor Natureza | ECOTV


O Brasil, que possui uma vasta gama de recursos naturais e um potencial energético significativo, está em um momento crucial para definir seu futuro energético. A COP30, em Belém, no coração da Amazônia, representa uma oportunidade única para o país alinhar suas estratégias, formular uma retração efetiva e viabilizar uma transição segura e eficiente para um modelo energético sustentável.


A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) não é apenas um evento global, mas uma chance para o Brasil demonstrar seu compromisso com a agenda climática e o desenvolvimento sustentável. A conferência, sediada na Amazônia, coloca o país no centro do debate sobre a proteção ambiental e a transição energética.




O desafio energético do Brasil em perspectiva global


O Brasil tem uma matriz energética diversificada, com ênfase em fontes renováveis, como hidrelétrica, biomassa, eólica e solar. No entanto, ainda é dependente de combustíveis fósseis, o que exige uma transição planejada e responsável. O desafio está em equilibrar o desenvolvimento econômico com a responsabilidade ambiental e social.




Potencial e desafios:


Usinas hidrelétricas: Uma fonte consolidada, mas com impactos ambientais e sociais significativos. O foco deve ser em projetos com menos impactos e na modernização dos já existentes.


Biomassa (etanol e biodiesel): Potencial para substituir os combustíveis fósseis, mas com a necessidade de produção sustentável, evitando o desmatamento e a competição com a produção de alimentos.


Eólica e solar: Enorme potencial de expansão, com custos cada vez mais competitivos, mas com desafios de integração à rede e intermitência. O investimento em armazenamento de energia é essencial.


Petróleo e gás natural: fontes importantes para a economia, mas com emissões de gases de efeito estufa e em linha com as metas de redução de emissões da COP.




Estratégia ideal para o Brasil: Um retorno a um futuro sustentável


A COP30 oferece um contexto ideal para o Brasil apresentar uma estratégia energética ambiciosa que priorize:

Transição energética justa e inclusiva: Redução gradual da dependência de combustíveis fósseis, com investimentos em fontes renováveis e tecnologias de baixo carbono, priorizando a criação de empregos e a inclusão social.


Eficiência energética como prioridade: Incentivar o uso racional de energia em todos os setores, por meio de tecnologias mais eficientes, medidas de economia e conscientização pública. A eficiência energética é um “combustível” que reduz o consumo e os custos.


Microgeração e geração distribuída: Expansão da geração de energia em pequena escala, como a energia solar fotovoltaica em residências e empresas, democratizando o acesso à energia e reduzindo as perdas de transmissão.


Investimento em pesquisa e inovação: Destinação de recursos para pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias em energias renováveis, armazenamento de energia, redes inteligentes e biocombustíveis avançados. A inovação é a chave para a competitividade e a sustentabilidade.


Modernização da infraestrutura: Investimento em redes elétricas inteligentes, capazes de integrar diferentes fontes de energia e lidar com a variabilidade das energias renováveis. Uma rede moderna é fundamental para a segurança energética.


Responsabilidade socioambiental: Avaliação e mitigação dos impactos ambientais e sociais dos projetos de energia, com participação social e respeito aos direitos das comunidades afetadas.


Economia Circular e Bioeconomia: Integração dos princípios da economia circular, usando resíduos como matéria-prima para produzir energia e materiais, evitando desperdícios e reduzindo a pressão sobre os recursos naturais. A bioeconomia, utilizando a riqueza da biodiversidade brasileira, também deve ser incentivada.




Bambu, biogás e outras alternativas: Pilares da Transição

A COP30 deve ser um momento para o Brasil destacar o papel do bambu e do biogás em sua transição energética.


Bambu: Fonte de biomassa renovável, de crescimento rápido e versátil, pode ser usada para produzir energia, combustíveis e materiais de construção.


Biogás: Obtido a partir da decomposição de matéria orgânica (resíduos agrícolas, esgoto, aterros sanitários), é uma fonte de energia limpa e versátil com potencial para gerar eletricidade, calor e combustível para veículos.


Além disso, as energias solar e eólica, com seu enorme potencial, devem ser priorizadas, com investimentos em armazenamento e redes inteligentes.




Nióbio: Um recurso estratégico, não uma panaceia

O nióbio, um mineral abundante no Brasil, é estratégico para vários setores. Entretanto, a exploração e a comercialização devem ser realizadas de forma responsável, considerando os seguintes pontos:


Preços: O aumento artificial dos preços pode estimular a busca de substitutos e a exploração de outras jazidas, prejudicando a posição do Brasil no mercado.


Intervenção do Estado: A intervenção excessiva do Estado pode gerar insegurança jurídica e dificultar o investimento no setor.


Valor agregado: O Brasil precisa investir em tecnologias que agreguem valor ao nióbio, transformando-o em produtos de maior valor, em vez de apenas exportar a matéria-prima.


Diversificação: O país não deve ser excessivamente dependente das exportações de nióbio, diversificando sua economia e investindo em outros setores estratégicos.




A COP30 como catalisadora da transição energética

A COP30 deve servir como um catalisador para a transição energética do Brasil. O país precisa apresentar metas ambiciosas de redução de emissões, planos concretos de investimento em energias renováveis e um compromisso firme com a proteção ambiental. A conferência é uma oportunidade para o Brasil consolidar sua liderança na agenda climática e atrair investimentos para projetos sustentáveis.



Desigualdades e Inclusão Social na Transição Energética

A transição energética deve ser justa e inclusiva, garantindo o acesso universal à eletricidade, especialmente em áreas rurais e comunidades de baixa renda. Políticas públicas devem ser implementadas para garantir tarifas acessíveis, programas de eficiência energética e acesso à microgeração. A transição energética deve ser uma oportunidade para reduzir as desigualdades sociais e gerar desenvolvimento local.



Tecnologia: O coração da transformação energética

A tecnologia é fundamental para a transformação do setor energético. O Brasil precisa investir em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de ponta, tais como:

Armazenamento de energia: Baterias de alta capacidade, hidrogênio verde e outras soluções para armazenar energia renovável e garantir o fornecimento contínuo.

Redes inteligentes: Sistemas de monitoramento e controle para otimizar o gerenciamento de energia, integrando diferentes fontes e garantindo a segurança do sistema.

Inteligência artificial: Uso de algoritmos de IA para otimizar a produção e o consumo de energia, prever falhas e melhorar a eficiência dos sistemas.

Conclusão: Um futuro energético sustentável e promissor


A COP30 representa um marco para o Brasil. O país tem a chance de alinhar suas estratégias, formular uma retração efetiva e possibilitar uma transição energética segura, eficiente e inclusiva. O futuro energético do Brasil depende de um modelo que priorize as energias renováveis, a eficiência energética, a inovação tecnológica e a justiça social, tendo o bambu, o biogás e outras soluções inovadoras como pilares para um futuro promissor. O nióbio é um recurso estratégico, mas o foco deve ser a diversificação e a criação de valor agregado. Ao sediar a COP30, o Brasil tem a oportunidade de mostrar ao mundo seu compromisso com o futuro do planeta e o bem-estar de sua população.


Postado 3 semanas atrás por ECOTV







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