![Ministra do Meio Ambiente Marina Silva Reprodução Agência Gov Pará/Estevam/Audio visual/PR](https://static.wixstatic.com/media/a63056_a891b4a7fe4c4f6b992cae1f484130d8~mv2.jpeg/v1/fill/w_900,h_600,al_c,q_85,enc_auto/a63056_a891b4a7fe4c4f6b992cae1f484130d8~mv2.jpeg)
COP 30: Os desafios do Brasil para sediar o maior evento climático do mundo
Com o evento marcado para novembro deste ano, o Brasil já está enfrentando desafios logísticos, ambientais e políticos
A COP 30, 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, será realizada em novembro de 2025, em Belém, no Pará. Pela primeira vez na história, o Brasil sediará o principal evento climático global. Para muitos, isso é um marco. Para outros, um imenso desafio. E o que essa conferência significa para o país e para o senhor, leitor?
Todos os anos, a COP, ou Conferência das Partes, reúne representantes de quase 200 países para discutir as mudanças climáticas e propor soluções para um problema que afeta a todos: o aquecimento global. A realização da COP 30 em Belém tem um simbolismo único. É a Amazônia sendo debatida no coração da Amazônia. O Brasil terá que enfrentar desafios reais para realizar o evento e, mais ainda, para que ele ocorra bem.
Os desafios de infraestrutura e logística
Belém deverá receber mais de 40 mil visitantes, entre líderes globais, cientistas, ativistas e a “família COP”, formada por equipes da ONU e delegações de vários países. Esse número de pessoas exige uma cidade preparada, com transporte eficiente, acomodações suficientes e espaços adequados para o evento.
Quem conhece Belém sabe que a infraestrutura local não está à altura de uma cúpula dessa magnitude - pelo menos por enquanto. A capital do Pará enfrenta gargalos históricos, como a falta de uma malha viária adequada, problemas de saneamento básico e limitações na rede hoteleira. Melhorar isso em pouco mais de um ano será uma corrida contra o tempo.
Os protestos e a luta ambiental
Outro ponto que merece atenção são as manifestações que devem ocorrer durante a COP 30. Belém será palco de protestos de povos indígenas, movimentos sociais e ativistas ambientais, todos exigindo mais ações concretas e menos promessas vazias. O evento ocorrerá em um momento em que a destruição da floresta amazônica continua a ser uma preocupação global, e a pressão internacional sobre o Brasil para combater o desmatamento será enorme.
![Símbolo da COP -Rerodução Governo do Pará](https://static.wixstatic.com/media/a63056_404061602477407db5d0633d6aa4d215~mv2.jpg/v1/fill/w_400,h_205,al_c,q_80,enc_auto/a63056_404061602477407db5d0633d6aa4d215~mv2.jpg)
O papel do Brasil e o risco de retrocessos
O Brasil já se posicionou como líder em questões ambientais no passado. Na COP 15, comprometeu-se a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e, na COP 27, apresentou a aliança “OPEC for Forests” com a Indonésia e o Congo. Agora, com a COP 30, o país tem a chance de reforçar seu papel de liderança. Mas há um detalhe importante: essa liderança precisa de credibilidade.
E se há algo que pode enfraquecer essa credibilidade, é a política internacional. Com a vitória de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, muitas agendas sociais e ambientais já estão dando um passo para trás no cenário global. Em seu mandato anterior, Trump demonstrou pouca disposição para se comprometer com o clima, retirando os EUA do Acordo de Paris, e no mandato atual ele não parece ter mudado de ideia. Isso pode influenciar as negociações da COP30, tornando-as mais difíceis.
A oportunidade e a responsabilidade
Apesar dos desafios, sediar a COP 30 é uma oportunidade única para o Brasil mostrar que está comprometido com um futuro sustentável. É hora de provar que o país pode liderar pelo exemplo, investindo em energias renováveis, combatendo o desmatamento e promovendo a justiça climática. Mas não basta organizar um grande evento; o que será dito e decidido lá precisa ter um impacto real.
E o senhor, leitor, também tem um papel a desempenhar nesse sentido. A mudança climática não é algo distante ou reservado a políticos e cientistas. Ela afeta o seu dia a dia, seja uma conta de luz mais cara, uma inundação na cidade ou o calor que parece aumentar a cada ano. A COP 30 é uma oportunidade de olhar para o futuro, mas esse futuro também depende do senhor.
Com gratidão, 🌿🌍
Anna Luisa Beserra
Fundadora, Desenvolvimento Sustentável e Água para Todos
LinkedIn: Anna Luisa Beserra
ODS 13
Comments