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Brasil se prepara para a primeira conferência climática na Amazônia 08/01/2025

Foto do escritor: Ana Cunha-BuschAna Cunha-Busch

  Belém, sede da COP30 em 2025. Imagem cortesia de Marcelo Souza, da Agência Pará. Foto mostra zona litorânea com muitas pessoas nas avenidas.

Belém, sede da COP30 em 2025. Imagem cortesia de Marcelo Souza, da Agência Pará.





Por AFP - Agence France Presse


Brasil se prepara para a primeira conferência climática na Amazônia

Por Anna PELEGRI


Depois de servir a um cliente uma tigela de açaí com peixe frito no mercado de Belém, Sandra da Costa limpa as mãos com entusiasmo.


“Finalmente, a tão esperada reforma vai acontecer”, diz ela.


Com 200 operários trabalhando sete dias por semana, o maior mercado a céu aberto da América Latina reflete a transformação em curso na cidade brasileira, que se prepara para sediar a primeira conferência climática da ONU na Amazônia em novembro, uma reunião chamada COP30.


Mas o desafio é imenso para essa metrópole do norte, de 1,3 milhão de habitantes, atravessada por canais.


Ela enfrenta uma grave desigualdade social e carece de infraestrutura suficiente, incluindo acomodações para os 60.000 delegados esperados.


Um investimento público recorde está restaurando monumentos, transformando armazéns portuários abandonados em áreas de lazer e dragando a baía do rio para ancorar dois navios de cruzeiro, expandindo as opções de acomodação com dois novos hotéis.


“A COP30 será um ponto de virada para a cidade e para a Amazônia”, disse à AFP o prefeito Igor Normando, de 37 anos.


“O mundo conhecerá os desafios do povo amazônico e verá que não há nada mais justo do que nos ajudar”, diz Normando do alto do histórico Forte Presépio, com vista para um mercado de açaí onde toneladas da fruta amazônica chegam a cada amanhecer.


A maior floresta tropical do mundo é fundamental na luta contra as mudanças climáticas, mas está sofrendo cada vez mais seus efeitos, com incêndios e secas cada vez mais graves a cada ano.


Os especialistas veem a conferência da ONU, marcada para 10 a 21 de novembro, como uma chance crucial para a humanidade reverter a tendência de aquecimento com compromissos firmes para reduzir as emissões globais e preservar a floresta.


No novo Parque da Cidade, um antigo campo de aviação onde os eventos da COP30 serão realizados ao lado do centro de convenções para as negociações oficiais, há muitas referências à natureza e às culturas indígenas.


Entre as estruturas metálicas preparadas para abrigar centros de culinária e artesanato, está sendo plantada flora nativa, como seringueiras. As escavadeiras também estão trabalhando para preparar o local para um lago.


Substituir o asfalto por espaços verdes em uma das cidades menos arborizadas do Brasil - apesar de estar na Amazônia - é outro objetivo das autoridades locais.


A iniciativa ganhou impulso depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, em 2023, que as reuniões da COP30 poderiam até mesmo ocorrer “sob a copa de uma árvore”.


Belém é “duas cidades: a que todo mundo vai ver, inclusive os chefes de Estado; e outra que é invisível”, diz o historiador Michel Pinho.


Max Moraes, um barqueiro de 56 anos da Vila da Barca, um bairro sobre palafitas que luta sem saneamento básico enquanto torres de apartamentos de luxo surgem nas proximidades, expressa indignação.


“Para onde está indo o dinheiro da COP30? Para ajudar a população?”, pergunta ele com ceticismo, sentado em uma passarela de madeira acima do lixo que flutua na água amarelada.


Entretanto, na Vila da Barca, fundada há um século por pescadores e agora cobiçada por especuladores imobiliários, a resistência é fundamental, de acordo com os líderes comunitários.


“Nossa luta diária é real”, diz Inez Medeiros, 37 anos, professora e líder social do bairro. “Queremos que a COP30 nos considere porque também vivemos na Amazônia, mesmo que seja uma Amazônia urbana.”


Após mais de duas décadas de atrasos, a cidade entregou recentemente 100 unidades habitacionais sociais, finalmente proporcionando a algumas famílias moradias dignas.


Cada vitória traz motivação, diz Medeiros.


Seu próximo desafio: lançar um pequeno hotel flutuante para hospedar os participantes da COP, oferecendo-lhes uma visão em primeira mão de Belém, “além dos holofotes”.


app/rmb/fb/dw





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