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Até 2050, 75% da população mundial enfrentará os impactos devastadores da seca, alerta o Atlas Mundial da Seca - OPINIÃO 10/12/2024

Foto do escritor: Ana Cunha-BuschAna Cunha-Busch

Atualizado: 10 de dez. de 2024


Foto Canva, terra ressequida como um deserto

Até 2050, 75% da população mundial enfrentará os impactos devastadores da seca, alerta o Atlas Mundial da seca.



Relatório da ONU destaca os profundos impactos sobre a economia, os ecossistemas e a vida em sociedade


O Atlas Mundial da Seca, lançado pela Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), revela um futuro alarmante: até 2050, cerca de 75% da população global enfrentará os impactos da seca. Esse fenômeno, exacerbado pelas mudanças climáticas, práticas insustentáveis de uso da terra e crescimento populacional, está emergindo como uma das maiores ameaças socioeconômicas do século XXI.


As mudanças climáticas, a degradação ambiental e as práticas agrícolas insustentáveis aceleraram a frequência e a intensidade das secas em várias regiões. Os dados mostram que, entre 2000 e 2019, mais de 1,5 bilhão de pessoas foram diretamente afetadas por eventos de seca, com perdas econômicas estimadas em cerca de US$ 124 bilhões. Também se espera que a pressão sobre os recursos hídricos aumente devido ao crescimento populacional, com a demanda por água crescendo exponencialmente em áreas urbanas e agrícolas.



O Atlas Mundial da Seca

O World Drought Atlas, desenvolvido pela UNCCD, é uma ferramenta essencial para compreender e enfrentar os desafios causados pelas secas em escala global. Ele oferece dados e análises detalhados sobre a frequência, a intensidade e o impacto desse fenômeno, servindo de guia para governos, organizações e cientistas na criação de estratégias de mitigação e adaptação.


A última edição oferece uma visão abrangente dos efeitos econômicos, ambientais e sociais desse fenômeno, destacando como a economia global, os ecossistemas e a vida em sociedade estão interconectados. O relatório da ONU reforça que as secas não afetam apenas os recursos hídricos, mas também comprometem a segurança alimentar, o desenvolvimento socioeconômico e a biodiversidade, aumentando as desigualdades e a instabilidade em várias regiões do mundo. O estudo coincide com a reunião de governos na Arábia Saudita para a COP16 sobre degradação da terra e desertificação.



A realidade brasileira

No Brasil, a questão da seca apresenta um paradoxo intrigante. Embora o país detenha 12% da água doce do planeta, milhões de brasileiros ainda enfrentam dificuldades de acesso à água potável e ao saneamento básico. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), cerca de 35 milhões de pessoas não têm acesso à água tratada, enquanto mais de 100 milhões vivem sem saneamento básico adequado.


A situação é particularmente grave no Nordeste, onde a seca é um problema histórico. A região semiárida brasileira, que abrange cerca de 12% do território nacional e é habitada por mais de 27 milhões de pessoas, enfrenta desafios significativos em termos de gestão da água. A irregularidade das chuvas, aliada à falta de infraestrutura, resulta em cenários de extrema vulnerabilidade, especialmente para as populações rurais. Além disso, o desperdício de água continua sendo um grande obstáculo. Estima-se que cerca de 40% da água tratada no Brasil seja perdida por vazamentos, fraudes ou má gestão, de acordo com o Instituto Trata Brasil.


O Atlas Mundial da Seca aponta para um futuro desafiador, mas também apresenta uma oportunidade para transformações essenciais. Até 2050, a projeção de que 75% da população mundial enfrentará os impactos da seca exige um compromisso global com práticas sustentáveis, inovação tecnológica e políticas públicas eficazes. No Brasil, há um potencial significativo para reverter a situação, investindo na gestão eficiente da água, na ampliação do saneamento básico e no combate ao desperdício. Com esforços integrados, é possível não apenas mitigar os efeitos da seca, mas também construir um futuro mais resiliente e justo para as populações mais vulneráveis.


Anna Luisa Beserra

Fundadora, Desenvolvimento Sustentável e Água para Todos

SDW: Sustainable Development and Water for All (Desenvolvimento Sustentável e Água para Todos)

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