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The Carbon Footprint of Artificial Intelligence (A Pegada de Carbono da Inteligência Artificial): Um desafio crescente e a busca por soluções inteligentes
Por Luis Fernando De Carvalho
Coordenador da Pró Fundação Sabor Natureza |ECOTV
(Assistido pelo Google Studio AI)
Uma análise e considerações sobre o artigo e nossa visão sobre o futuro das infraestruturas e o potencial do uso de tecnologias, abordando cidades inteligentes e cidades resilientes e o potencial de compensação para a sustentabilidade.
A Pegada de Carbono da Inteligência Artificial
O artigo “AI's carbon emissions will skyrocket further”, publicado no Energy Summit, destaca uma preocupação crescente no contexto da rápida expansão da Inteligência Artificial (IA): seu impacto ambiental. O estudo, realizado por equipes da Harvard T.H. Chan School of Public Health e da UCLA Fielding School of Public Health, revela que as emissões de carbono dos data centers nos Estados Unidos triplicaram desde 2018, chegando a 105 milhões de toneladas métricas de CO₂ até 2024. Esse aumento, impulsionado em parte pelo avanço e pela crescente adoção da IA, aponta para um cenário alarmante em que a busca pela inovação tecnológica pode ter um alto custo para o planeta.
O crescente consumo de energia da IA e seus impactos
O artigo original destaca que os data centers, que são essenciais para treinar e operar modelos de IA, consomem quantidades significativas de energia, tanto para alimentar os servidores quanto para resfriamento. A pesquisa, realizada por Falco Bargagli-Stoffi (UCLA Fielding) e colaboradores e publicada no arXiv (ainda não revisada por pares), aponta que 4,59% de toda a energia utilizada nos EUA vai para esses centros, número que dobrou desde 2018. A preocupação é intensificada pelo fato de que a maioria dos data centers está localizada em regiões com fontes de energia mais poluentes, como as movidas a carvão, intensificando ainda mais a pegada de carbono da IA.
O estudo também aponta que a transição dos modelos de IA para formatos multimodais (geração de vídeos, imagens, áudio) leva a um consumo de energia ainda maior. O lançamento de modelos como o Sora, da OpenAI, que gera vídeos, e outros concorrentes, como o Veo (Google) e o Movie Gen (Meta), sugere que o crescimento do consumo de energia e, consequentemente, das emissões de carbono, será exponencial nos próximos anos. Conforme citado por Gianluca Guidi (Universidade de Pisa e IMT Lucca, pesquisador visitante em Harvard), principal autor do estudo, a escala de dados nesses novos modelos é exponencialmente maior.
De cidades inteligentes a cidades resilientes: A necessidade de uma abordagem sustentável
A expansão da IA não é apenas uma questão de infraestrutura de data center. A visão de cidades inteligentes, em grande parte dependente de tecnologias de IA para gerenciamento urbano, tráfego e serviços públicos, também exige um olhar atento à sustentabilidade. Se, por um lado, a IA tem o potencial de otimizar recursos e melhorar a qualidade de vida nas cidades, por outro, o aumento do consumo de energia pode comprometer o progresso rumo a cidades mais resilientes e com menor impacto ambiental.
Portanto, é crucial repensar o conceito de cidades inteligentes, incorporando a resiliência como um pilar fundamental. Isso envolve não apenas a implementação de soluções tecnológicas, mas também a busca por fontes de energia limpas e renováveis, otimizando o uso de recursos e reduzindo o desperdício. A IA, paradoxalmente, pode ser uma aliada nesse processo, sendo usada para otimizar o uso de energia em edifícios, gerenciar redes de distribuição de energia mais eficientes e monitorar a poluição.
A inteligência artificial como solução: Construindo estruturas inteligentes para compensar a pegada de carbono
O grande desafio do futuro é usar a IA como uma ferramenta para mitigar os impactos que ela mesma causa. A pesquisa de modelos de IA mais eficientes, que requerem menos energia para serem treinados e operados, é essencial. Ao mesmo tempo, é necessário investir em infraestruturas de data center que utilizem fontes de energia renováveis e sejam mais eficientes no gerenciamento térmico.
A IA pode ser crucial para a criação de sistemas inteligentes de compensação da pegada de carbono. Por meio de técnicas de aprendizado de máquina, é possível otimizar o uso de energia em edifícios e redes de energia, adaptar o consumo de energia às fontes renováveis disponíveis (como eólica e solar) e desenvolver novos materiais e processos de construção com menos impacto ambiental.
Ainda mais interessante é a possibilidade de usar a IA para projetos de captura de carbono: desde simulações e modelagem de processos de captura até a criação de materiais que absorvem CO2. Dessa forma, a IA se transforma de um problema em uma solução, ajudando a construir estruturas inteligentes capazes de compensar sua própria pegada de carbono e contribuir para um futuro mais sustentável.
Diretrizes regulatórias e o desafio da mudança
A análise do artigo original, com comentários de Francesca Dominici (diretora da Harvard Data Science Initiative), aponta que há uma pressão crescente entre as comunidades preocupadas com o meio ambiente e as grandes empresas de tecnologia. No entanto, a falta de regulamentação nos próximos anos é uma preocupação, especialmente considerando a projeção de crescimento contínuo da IA.
É urgente que os governos, as empresas e a sociedade civil trabalhem juntos para estabelecer padrões e regulamentações que incentivem a adoção de práticas mais sustentáveis no desenvolvimento e no uso da IA. Isso inclui investimentos em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias mais eficientes e limpas, incentivos fiscais para empresas que adotam práticas sustentáveis e a criação de mecanismos de monitoramento e responsabilidade.
Conclusão: Um futuro sustentável com a IA
A pegada de carbono da IA é um desafio que não pode ser ignorado. O artigo original do Energy Summit é um alerta sobre os impactos ambientais do avanço tecnológico desenfreado. No entanto, a IA também pode ser uma ferramenta poderosa na busca de soluções sustentáveis.
O futuro da IA está em sua capacidade de se tornar parte da solução, e não do problema. A IA precisa impulsionar a transição de cidades inteligentes para cidades resilientes, com foco na eficiência energética, no uso de energias renováveis e na compensação das emissões de carbono. A criação de estruturas inteligentes, capazes de autorregular seu consumo de energia e contribuir para a restauração ambiental, é o caminho para um futuro em que a tecnologia e a sustentabilidade andam de mãos dadas. Esse é o grande desafio do século XXI: usar nossa inteligência para criar um mundo mais inteligente e sustentável.
Observações:
Fontes: As principais fontes do estudo original foram citadas ao longo do texto, incluindo os autores e as instituições responsáveis pela pesquisa.
arXiv: foi mencionado que o estudo foi publicado no arXiv, o que indica que ainda não foi submetido à revisão por pares.
Nomes: Os nomes dos pesquisadores e de Francesca Dominici foram incluídos para dar credibilidade e precisão à análise.
Postado 2 semanas atrás por ECOTV
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