Fazer o Bem Sem Olhar a Quem:
No Enfrentamento as Desigualdades Sociais
Essa frase remete, à discussão sobre os programas e ações, implementadas sobre segurança alimentar e nutricional no Brasil, e as suas facetas de fragilidade com as causas da fome ao redor do Mundo.
A Fome no mundo compromete objetivos da ONU para 2030
Relatório da FAO indica que objetivo de acabar com a fome e com todas as formas de desnutrição não será mais alcançado.
Conhecida pela sigla FAO, correspondente à sua denominação em inglês, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura divulgou há alguns dias em sua sede, em Roma, a edição mais recente do relatório sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo. (Fonte: FAO)
Atualmente, mais de 700 milhões de pessoas passam fome em todo o mundo, o que equivale a quase 10% da população do planeta.
Tratando – se dá nossa experiência, com a questão de minimizar a redução da fome no Brasil, especificamente no Nordeste, trago a nossa experiência didática, e Metodologia de trabalho; com famílias, catadoras de materiais recicláveis, comunidades periféricas, comunidades Tradicionais no Município de Pombal Alto Sertão Paraibano.
Quando iniciamos, o trabalho institucional com as ações da Organização CEMAR Pombal–PB, fomos mapeando e diagnosticando as famílias com os altos índices de violência doméstica, exploração sexual de crianças e adolescentes, desempregados, incluindo-as em atividades e oficinas; socioeducativas, culturais, profissionalizantes e de cidadania.
Desta feita, fomos colhendo informações socioeconômicas em loco das reais necessidades básicas das famílias assistidas, que tinham interesse de matricular seus filhos.
Observa-se a carência alimentar, e as necessidades básicas de cada família, que requer atenção, prioridade e a realização de uma ação de segurança slimentar e nutricional, ou seja, alimento para as crianças e famílias, ao mínimo, um dia da semana todas as quartas-feiras, como uma forma ofertar o alimento, bem como simbologia de encontrar-se, reunir -se, alimentar-se e nutrir a alma.
Surgiu a ideia, de criarmos mecanismos de ações através Programa de Suplementação, denominado (Sopão), traduzindo para a Política de Segurança Alimentar e nutricional, que é uma forma de amenizar a falta de alimento, para as famílias assistidas.
Criamos um ambiente, que favorecesse uma política como forma de minimizar a fome, servindo 5 litros de sopa à 40 famílias, e dependendo do número de pessoas, aumentava a quantidade da distribuição. A mesma política, aconteceria nas dependências da instituição CEMAR, atendendo até 70 famílias, no período pandêmico e pós pandemia.
Essa ação só foi possível, diante das nossas ações articuladas com o comércio local, sensibilizando-o para aderir à proposta e ação de combate à fome, realizando doações de gêneros alimentícios, proteínas, verduras, e muitas vezes carcaça de frangos e de bois para dar um sabor nutritivo nas sopas, que eram ofertadas para as famílias nas noites de quartas-feiras.
As ações e atividades eram realizadas num cenário de pobreza, de famílias que não têm emprego, a maioria sobrevive do Bolsa Família, alguns da coleta e reciclagem do lixo, muitas têm problemas de falta de alimentos e grande parte são oriundas de comunidades quilombolas, de locais distantes, formados por descendentes de escravos negros do Brasil.
O cenário político, no período da crise pandêmica, foi devastador para as famílias pobres em todo território brasileiro, por desmobilizar e desarticular a econômica, empurrar centenas de pessoas para as corvas da Morte, desemprego e falta de alimento no prato.
Em 1989, aos 13 anos, tiver a oportunidade de conhecer Herbert de Sousa, o (Betinho), sociólogo, ativista social no combate a fome no Brasil, e um dos mentores da Campanha Nacional Natal sem Fome e Ação e Cidadania. Ocasião que estávamos participando do II Encontro Nacional de menino e meninas de rua. Foi algo emocionante e marcante conhecer um homem tão envolvido com as causas mais nobres e humanitárias que é a questão da fome. Me recordo uma frase que depois de muito tempo pesquisei, dita pelo Betinho para mim: 'A fome é a pior das indignidades do ser humano'. Quando a pessoa está com fome, todos os outros direitos lhe foram negados". Fonte: Campanha Natal Sem Fome – Ação Cidadania.
Isto, cria em todos nós a ideia, que ao partimos o pão, com as pessoas irmanados no sentimento de compaixão e fraternidade, saciada a fome dos que mais necessitam, nos inspira também, a fazer com quer as pessoas beneficiadas, se tornem sujeitos de sua própria história. E foi o que ocorreu com a comunidade quilombola os Daniel, a se encontrarem, a irem buscar o seu alimento e a discutirem sobre a sua realidade, partilhando suas alegrias e angústias, proporcionado momentos especiais e únicos, unificando suas forças, refletindo e partilhando de suas ideias, e criando o programa viável e sustentável para se manterem de forma unificada e orgânica.
Fato de extrema relevância, que trazemos como experiência, foi a implementação do Programa suplementação alimentar, que ora, já era executado e vivenciado dentro das instâncias da Organização CEMAR, e implementado na Comunidade remanescente Urbana os Daniel.
Nós concedemos, um fogão com 6 bocas, um botijão de gás cheio, dois caldeirões e suplementos alimentares para a realização do Programa no período de 2 meses.
Ocasionalmente, fomos discutindo com a própria comunidade quilombola na troca de saberes, metodologias Paulo Freiriana, educação popular, sobre as formas de organização e estratégias de manter a ação, ou seja, caminhar com as próprias pernas. Não dê o peixe, ensinar a pescar. Vamos pensar além dessa frase, que é corriqueira e romantizada:
Façamos a indagação com o que diz José Mojica: Os setores proprietários dizem que não se deve dar o peixe, mas ensinar as pessoas a pescar. Mas quando destroçamos seu barco, roubamos sua vara e tiramos seus anzóis, é preciso começar dando-lhes o peixe.
A experiência demostra que a partir da nossa boa vontade, realizamos grandes feitos e boas novas, a quem realmente precisam.
A semente ali, foi implantada e germinada com amor, respeito, responsabilidade.
No total foram assistidos no período pandêmico, pois, pandêmico, voluntariamente sem recursos públicos, só com doações partilhamos de pessoas comuns, servimos mais de 10 mil refeições
Façamos o Bem Sem Olhar a quem!
Eu, faço com amor, faça com compaixão.
Eu, faço por irmandade, faca por bondade.
Eu, faço como justo, faça com justiça.
Eu, faço por solidariedade, faça por solidariedade.
Por: José Ribeiro da Silva.
ODS 1, ODS 2
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