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A corrida para salvar os macacos de barba espessa da Amazônia 04/04/2025

  • Foto do escritor: Ana Cunha-Busch
    Ana Cunha-Busch
  • 3 de abr.
  • 3 min de leitura

Na Amazônia brasileira, os macacos zogue-zogue de barba laranja, ameaçados de extinção, estão lutando para sobreviver (Pablo PORCIUNCULA/AFP/AFP)Foto ilustrativa de rios e florestas na Amazônia.
Na Amazônia brasileira, os macacos zogue-zogue de barba laranja, ameaçados de extinção, estão lutando para sobreviver (Pablo PORCIUNCULA/AFP/AFP)Foto ilustrativa de rios e florestas na Amazônia.

Por AFP - Agence France Presse


A corrida para salvar os macacos de barba espessa da Amazônia

Facundo Fernández Barrio


Em uma manhã de 2024, Armando Schlindwein encontrou um macaco de barba alaranjada no telhado de sua casa de campo, nos limites da Amazônia brasileira.


Ele nunca havia visto uma dessas criaturas impressionantes emergir da floresta.


O macaco, um Titi de Groves, listado como “criticamente ameaçado de extinção” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), havia se aventurado longe de seu lar, que estava diminuindo rapidamente em uma colina, em um pequeno trecho de floresta próximo à casa de Schlindwein.


O desmatamento estava corroendo seu domínio limitado, e o macaco estava tentando encontrar uma rota de fuga para sua família.


O encontro inspirou Schlindwein a lançar uma campanha de reflorestamento para abrir um corredor para que os macacos pudessem se deslocar de árvore em árvore de volta à floresta tropical.


“Essa pequena criatura está em perigo de extinção. Precisamos fazer algo para preservá-la”, disse Schlindwein, um pequeno agricultor de 62 anos do município de Sinop, localizado na região central do estado do Mato Grosso, no Brasil.


Com a ajuda de ONGs como o Instituto Ecotono e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAR), Schlindwein e seus vizinhos plantaram no ano passado sementes de 47 espécies de árvores nativas em um hectare desmatado de suas terras.


Dentro de cinco a sete anos, eles esperam que o novo crescimento tenha triplicado o espaço disponível para essa família de macacos em particular, composta por quatro adultos e um bebê.


“Salvá-los é uma tarefa diária”, disse Schlindwein sobre seus atrevidos pupilos.


- 'Nenhum lugar para ir'

Conhecido localmente como zogue-zogue e pelos cientistas como Plecturocebus grovesi, o Titi de Groves, do tamanho de um gato doméstico, é encontrado apenas no estado do Mato Grosso e restam apenas alguns milhares deles.


Ele foi listado como um dos 25 primatas mais ameaçados do mundo no relatório “Primates in Peril” de 2022/3 da IUCN e de outros grupos ambientais.


Um estudo de 2019 citado no relatório disse que o zogue-zogue havia perdido 42% de seu habitat florestal, um número que pode chegar a 86% em um quarto de século se nada for feito para deter sua destruição.


“Quando os filhotes nascem e precisam migrar para continuar o ciclo reprodutivo, eles não têm para onde ir”, disse à AFP Gustavo Rodrigues Canale, primatologista da Universidade Federal de Mato Grosso.


“A ação humana os deixa presos em pequenos fragmentos de floresta”, disse.


A família de macacos de Schlindwein está restrita a um pedaço de terra do tamanho de um campo de pólo, em uma região com o ignominioso título de “Arco do desmatamento” por ter a maior taxa de destruição da floresta amazônica.


Os agricultores que estão desmatando a terra para plantar soja e outras culturas são os principais culpados pelo destino da floresta.


O relatório “Primates in Peril” sugeriu que a perda da floresta poderia ser mitigada com a criação de reservas “e a substituição de grandes áreas de monoculturas dependentes de produtos químicos de culturas de commodities por modelos mais sustentáveis de uso da terra, como agroflorestas e produção agroecológica de alimentos”.


- 'Macacos não podem atravessar'

O desmatamento não é a única ameaça à família de macacos de Schlindwein.


Os moradores locais dizem que um lado do território dos animais foi cortado pela inundação de uma usina hidrelétrica próxima, administrada por uma empresa parcialmente pertencente à gigante francesa de energia EDF.


“Aqui, costumava haver um riacho com árvores, mas a Usina Hidrelétrica de Sinop (UHE)... criou uma grande lagoa que os macacos não conseguem atravessar”, diz Anthony Luiz, porta-voz do MAR, ao lado de um corpo d'água com cerca de 300 metros (984 pés) de diâmetro.


Os ambientalistas também acusam a empresa de deixar árvores derrubadas apodrecerem no rio, matando os peixes.


Na estação seca, a madeira apodrecida fica exposta, alimentando incêndios florestais que ferem e deslocam macacos e outros animais.


A Sinop Energia, que opera a Sinop UHE, disse à AFP que a usina atende a “todos os requisitos legais e ambientais”.


Acrescentou que “mantém um monitoramento permanente da qualidade da água, da fauna aquática e terrestre e da regeneração da vegetação na área” e também lançou um programa de monitoramento de primatas ameaçados, conforme exigido por lei.


ffb/app/mlr/jgc/cms






 
 
 

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